O que fazer em Turim? A cidade é linda e cheia de coisas para fazer. Ficamos 03 noites em Turim e não foi suficiente, penso que 5 dias inteiros seriam um bom começo. Foi em Turim que nasceram a FIAT e o Eataly. Muitos pórticos emolduram as calçadas, arquitetura imponente representada por seus palácios e suas praças. A gastronomia se destaca e a cidade é repleta de museus. Neste post, uma lista com os lugares que visitamos e outros que não deu tempo de irmos. Saiba que além das atrações listadas aqui existem muitas outras. Turim me surpreendeu!

1) Caminhar pelo Centro Histórico, Piazza Castelo e a Família Savoia

A Casa de Savoia é uma das famílias nobres mais antigas da Europa. No século XVI voltaram seus interesses territoriais para a península itálica, fazendo de Turim a capital de seu vasto ducado. No século XIX, a família Savoia liderou o movimento pela unificação italiana (1815 – 1870, risorgimento) e sob seu domínio alcançou-se a formação do Reino da Itália, tendo inicialmente Turim como capital.

A cidade de Turim (Torino) guarda muitas relíquias arquitetônicas desta rica família. As maiores expressões desta época são encontradas no coração do centro histórico na Praça do Castelo (Piazza Castello). A praça abriga museus, o Palácio Real, o Palácio Madama, a catedral. Todo o centro histórico vale um longo passeio a pé. Passe pela Piazza San Carlo com suas igrejas irmãs, o Palazzo Carignano, onde hoje funciona o Museu do Risorgimento, o Palazzo di Città ou Palazzo Civico (onde hoje é a prefeitura) e por aí vai. Sem falar nas belas ruas como a Via Pó e a Via Garibaldi.

2) Catedral de São João Batista

Basilica Cattedrale di San Giovanni Battista ou Duomo di Torino, é a sede da arquidiocese de Turim e mundialmente conhecida por abrigar o Santo Sudário, adquirido em 1578 pela Casa de Savoia. Obviamente há muita controvérsia quanto a veracidade da relíquia. Lembrando que o santo sudário é o manto onde Jesus foi colocado após ser retirado da cruz. O “sudário” que o visitante vê exposto é uma cópia, o “verdadeiro” fica devidamente armazenado, dentro de uma urna de prata, na própria catedral.

Adjacente ao Duomo fica a Capela da Sindone. No entanto só é possível visita-la a partir do Museu Real (Palácio Real).

3) Palácio Real e os Museus Reais de Torino

O Palazzo Reale foi a casa da família Savoia bem como a sede de seu ducado. Hoje, faz parte do conjunto de museus conhecido por Musei Reali di Torino. O complexo abriga, além do palácio, o Jardim Real, a ala das armas, a Galeria Sabauda (exibe obras de arte colecionadas pela Família Savoia) e a Capela do Santo Sudário (Cappella della Sindone) que fica adjacente à Catedral de São João Batista.

Observação: Em 1997, um grande incêndio consumiu boa parte da catedral e da capela. Depois de 21 anos de restauro, já é possível visitá-las, porém o restauro da capela não foi totalmente concluído. De arquitetura de Guarino Guarini, a parte mais impressionante da capela é o interior de sua cúpula. A Galeria Sabauda tem uma pequena exposição interativa sobre a reconstrução da capela.

Na ocasião da nossa visita tivemos a oportunidade de conhecer uma parte do palácio que só é acessível com guia em italiano. Essa ala era destinada a hospedar os chefes de estado mais importantes em visita oficial ao país. Esse tour é gratuito. Se você entende italiano pergunte por ele na bilheteria do museu.

Além disso, para comemorar os 500 anos da morte de Leonardo Da Vinci, uma exposição temporária sobre o gênio estava em exibição.

4) Mole Antonelliana e o Museu do Cinema

Para quem já pesquisou um pouco sobre Turim, certamente já se deparou com uma foto desta construção que era para ter sido uma sinagoga, mas nunca chegou a ser. Mole, em italiano, significa construção monumental de notável massa e de grande imponência. E Antonelliana é uma homenagem ao arquiteto do edifício Alessandro Antonelli. A Mole Antonelliana levou 26 anos para ser construída (1863 a 1889). No meio do processo a comunidade judaica desistiu do projeto e a cidade o adquiriu. O edifício tem 167,5 metro de altura e hoje abriga o Museu Nacional do Cinema.

A subida até a cúpula acontece através de um elevador panorâmico instalado no meio do interior do edifício. De lá do alto Turim se derrama aos seus pés.

Já o museu do cinema é um espetáculo à parte. Interativo, dinâmico e informativo o acervo é extenso e de grande valia para um país com enorme tradição na sétima arte. A exibição não engloba apenas o cinema italiano. Vai desde a arqueologia do cinema aos avançados efeitos especiais dos dias de hoje. Fazendo homenagem a grandes clássicos italianos ou não.

5) Porta Palatina

Porta Palatina é um antigo portão de entrada à cidade na época dos romanos. A estrutura remonta ao século I. Ao longo dos séculos a Porta Palatina já teve sua estrutura modificada, inclusive para servir de prisão portanto, pouco da sua estrutura é original. No início dos anos 1900 ela passou por um processo de restauro afim de retirar as estruturas adicionadas depois da era romana. O restauro só foi concluído nos anos 1930. Posteriormente foi adicionado iluminação e em 2006 um projeto de reurbanização da área deixou o local como o vemos hoje.

6) Passeio na beira do Rio Pó

Eu não sei vocês, mas eu adoro como na Europa os rios que cortam as grandes cidades se integram a elas e seus moradores se integram aos rios. Fico imaginando como seria bonito se o Tietê e o Pinheiros aqui em São Paulo fossem assim. Em Turim, esse rio é o Pó. O Rio Pó tem 652km de extensão e percorre o norte da Itália de oeste a leste desaguando 50km ao sul de Veneza no Mar Adriático.

Para chegar na beira do rio basta seguir pela Rua Pó que sai da Piazza Castello. Essa rua tem bastante comércio e as calçadas são cobertas por lindos pórticos. Do lado esquerdo existem várias barraquinhas vendendo tudo quanto é tipo de livro. Uma perdição. No final da Rua Pó fica a Piazza Vittorio Veneto com bares e restaurantes. O visual da margem do rio rende lindas fotos!

7) Parque Valentino

A partir da beira do rio no final da Rua Pó virando à direita e seguindo pela margem você chegará ao Parco del Valentino. É um parque bem grande e acabamos não dedicando muito tempo a ele. Na ocasião da nossa visita estava ocorrendo uma exposição de carros e ficamos bastante tempo por ali. Quem não se encanta com uma Ferrari? Neste mesmo dia à noite aconteceu um desfile de automóveis no centro histórico.

Dentro do Parque Valentino fica o Borgo Medievale di Torino, que na verdade foi construído entre os anos 1882 e 1884 e o jardim botânico. Além de uma enorme área verde o parque também abriga muitos eventos.

8) Mercado de Porta Palazzo

Ah os mercados!! Adoro! O Mercado de Porta Palazzo não é simplesmente um mercado fechado como o nosso Municipal aqui em São Paulo. Ele é uma junção de alguns espaços fechados e uma imensa feira livre. Lembrando que as feiras livres na Itália vendem de tudo, tudo mesmo.

Este mercado não é muito frequentado por turistas, mas é muito frequentado pelos turineses. Uma profusão de cores, aromas e para aqueles mais criativos até mesmo os sabores podem ser sentidos.

Fizemos uma bela compra de tomates, embutidos, queijos, pão e neste dia jantamos no apartamento (no final deste post falo um pouco sobre o apartamento que alugamos).

Nas proximidades do mercado há um complexo gastronômico chamado Il Mercato Centrale Torino. Ali é para ir e comer. Visitamos o espaço pela manhã então acabamos não comendo nada. Pareceu interessante! Esse espaço existe a pouco tempo e os turineses dizem que é caro e lotado.

O Mercado de Porta Palazzo fica na Piazza della Repubblica perto da Porta Palatina.

9) Gastronomia Piemontese

É verdade que em qualquer lugar da Itália come-se muito bem, pelo menos é isso que eu acho. Entretanto, na região de Piemonte e em consequência em Turim, essa máxima nunca foi tão verdadeira. É bem verdade que não estive em todos os cantos da bota, mas até agora essa região foi a que mais gostei para comer e beber.

Na região de Piemonte existe uma espécie de gado chamado Fassone. Sua carne é macia e magra e por isso comumente apreciada crua (crudo). Servida ao estilo tartare, carpaccio ou ainda picada em cubos é deliciosa! Pode ser uma entrada ou até mesmo prato principal.

Outra iguaria única é a salsiccia di Bra. Salsiccia em italiano é linguiça e esta é produzida na cidade de Bra. Sua particularidade é que ela é consumida crua e para tanto é feita com carne de boi e gordura de porco. Servida com limão é um antepasto delicioso. Vale dizer que foi na cidade de Bra, com o italiano Carlo Petrini, que o movimento “slow food” nasceu na década de 80.

Outro alimento mais comum e não menos especial, tradicional em Turim é o sorvete. Se você visitar a cidade no verão (que é quentíssimo) será um prazer degustar um sorvete em cada uma das tradicionais sorveterias de Turim. Algumas das mais famosas são: Grom, Marchetti e La Romana.

Já deu água na boca? Ainda falta eu citar duas outras delícias. Uma delas é o tal do gnocco frito. Veja, isso nada tem a ver com nhoque. Gnocco é uma massa (tipo um pastel só que não) servido frito com alguma cobertura à escolha no topo. Uma delícia! Nossa professora de italiano daqui do Brasil nos apresentou (via whatsapp) à um amigo seu que mora em Turim. Saímos duas noites com ele. Em uma delas ele nos levou numa pizzaria onde comemos o tal gnocco frito.

A última iguaria que quero mencionar eu não cheguei a provar. É o bicerin. O bicerin é uma bebida quente (motivo pelo qual não provei pois viajamos no verão) a base de café, chocolate e espuma do leite. A grande diferença é que os ingredientes não são misturados. Eles são colocados em camadas em uma bela taça de vidro. Muitos lugares em Turim servem o bicerin, mas se você quer uma experiência autêntica vá ao Caffe Il Bicerin. Foi neste café, em funcionamento desde 1763, que a receita nasceu. Mais tradicional impossível!

Já os vinhos piemonteses vão ficar para um outro post. Vale dizer que aqui é a casa do Barolo, do Barbaresco, do Dolcetto e porque não do branco arneis.

Quadrilátero Romano: É uma região repleta de bares e restaurantes que fica no centro histórico de Turim. Estivemos em Turim no calor de junho e adoramos essa região para uma cervejinha à noite. Perto da Porta Palatina e da Piazza della Repubblica.

Restaurantes que fomos e gostamos:

• Cantina Barbaroux, no centro e na rua do nosso apartamento, serve comida tradicional boa e barata.
• La Piola del Forno também no centro comemos a salsiccia di Bra. Ambos os restaurantes foram indicações do dono do apartamento onde ficamos.
• Pizzaria Dual onde comemos o gnocco frito. Fica perto do Museu do Ressurgimento. Nós pedimos o gnocco frito com crudo e stracchino (presunto crú e queijo stracchino que é um queijo bem macio e saboroso). Delicioso!!
• Litro Galleria, nesta vineria fomos com nosso amigo italiano. O lugar é meio escondido e fica dentro da Galleria Umberto. Ali o vinho é de torneira (como chopp) e você escolhe por volume (litro, ½ litro, ¼ litro). As comidinhas típicas são em porções pequenas e baratas, perfeitas para serem compartilhadas e degustadas. O lugar é uma joia! Adoramos e experiência.

As cinco atrações seguintes não tivemos tempo de visitar. Resolvi mencioná-las porque elas nos foram indicadas por muita gente.

10) Museu Egípcio

Certamente este é o museu mais famoso de Turim. É o museu mais antigo do mundo dedicado à cultura egípcia.

Veja mais informações aqui.

11) Museu do Risorgimento

O edifício que abriga este museu, o Palazzo Carignano, é lindo. Só por isso já fiquei com vontade de entrar. É um museu dedicado ao processo de unificação da Itália, o Risorgimento.

12) Museu Nacional do Automóvel

O Museu Nacional do Automóvel reúne inúmeros modelos de carros, não apenas italianos, que contam a história dessas máquinas movidas a motor.

Turim tem uma forte relação com automóveis. Impossível falar da cidade e não pensar na FIAT (Fabbrica Italiana Automobili Torino). A FIAT existe a 120 anos e faz parte não só da história de Turim como da Itália.

O museu está localizado fora do centro, 5km ao sul e é possível chegar com o transporte público.

Veja mais aqui.

13) Basílica de Superga

Essa basílica situa-se no topo da colina de mesmo nome e localiza-se nos arredores de Turim, cerca de 10km do centro da cidade. Ela abriga muitos túmulos da Casa de Savoia e dizem que a vista de lá do alto é linda. Em 1949 foi palco de um horrível acidente. Um avião, que carregava a equipe italiana de futebol do Torino Futebol Clube, se chocou com a basílica matando 31 pessoas.

É possível alcançá-la com o transporte público.

14) Palacio Madama

O Palácio Madama fica na Piazza Castello, ao lado do Museu Real. Abriga o Museu Civico de Arte Antiga. Além disso o próprio prédio é um atrativo. É um dos edifícios mais antigos de Turim e representa a imponência da Casa de Savoia.

15) Onde ficar em Turim

Escolhemos ficar no centro histórico de Turim. Dali é possível fazer tudo a pé. Reservamos um apartamento, o Mignon Appartamento di Charme. O apartamento é pequeno, mas perfeitamente equipado. Quarto amplo, banheiro bom e cozinha muito funcional com uma janela balcão. Fica no terceiro andar de um prédio sem elevador.

Fomos recebidos pelo dono do apartamento que nos deu dicas de turismo pela cidade e preciosas indicações de onde comer. Uma simpatia!

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Está viajando pela Itália? Temos vários posts sobre a bota. Clique aqui e veja mais.

Ciao!

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