O campo de concentração nazista de Dachau
Onde fica o campo de concentração nazista de Dachau?
Localizada 20km a noroeste de Munique a cidade de Dachau é famosa porque abriga um dos primeiros campo de concentração do nazismo de Hitler. Se você estiver de carro dedique uma manhã para a visita e depois siga viagem. A partir de Munique há várias opções de tours que fazem o passeio.
Esse não e um post fácil de escrever, na verdade não tinha certeza se o faria. Depois de refletir conclui que seria importante relatar nossa visita a Dachau afinal nem só de flores viveu e vive o mundo, infelizmente
Aberto diariamente das 09:00 as 17:00hs a entrada é gratuita e o estacionamento custa E$3,00 por carro.
A visita começa pelo Visitor´s Center onde você assiste um documentário, aluga áudio guide e adquire um mapa do local. O portão de entrada ao campo de concentração é marcado pela inscrição “Arbeit macht frei” que significa “Liberdade através do trabalho” já demonstrando todo o absurdo da “filosofia” nazista.
Um pouco da história de Dachau
Dachau foi estabelecido em 1933 como um campo de concentração para prisioneiros políticos, marcando o início do terror nazista. Todo tipo de pessoa, dissidentes alemães, homossexuais, religiosos, ciganos, testemunhas de Jeová, poloneses, judeus passaram por Dachau. Aqui eles foram forçados a deixar do lado de fora sua liberdade, seus direitos e sua dignidade.
Dachau serviu como modelo para os subsequentes campos de concentração espalhados pela Europa. Todo tipo de tortura e experimentos foram testados e praticados em Dachau. Além disso, era também a base de treinamento para a SS, a polícia nazista.
Ao cruzar o portão você está num enorme vazio, era este o local usado para a chamada dos presos que duas vezes ao dia (manhã e tarde) deveriam ficar enfileirados para a chamada e, portanto contagem dos presos. Às vezes, até mesmo os mortos eram levados até este local para serem contados.
O prédio da direita é o prédio da manutenção e foi construído em 1937 e 1938 pelos próprios presos. Durante esses anos, várias outras “benfeitorias” foram erguidas no campo. Neste prédio ficava a cozinha, lavanderia, banheiros, despensa. A parte oeste do prédio era onde o degradante processo de registro dos novos presos acontecia. No teto da sala havia a seguinte inscrição:
“Há um caminho para a liberdade. Sua base é: obediência, honestidade, limpeza, a sobriedade, o trabalho duro, disciplina, sacrifício, a veracidade e o amor a Tua Pátria”.
Museu
O interior deste prédio é um museu que abriga uma exposição permanente sobre o campo de concentração e sobre seus prisioneiros. É uma visita difícil. Por mais que saibamos os horrores da Segunda Guerra Mundial, aqui você vivencia um pouco mais a realidade daqueles que mais sofreram e testemunha a crueldade humana na sua forma mais legítima.
Os alojamentos
A outra parte da visita é dedicada aos alojamentos (“barracks”). Durante a guerra, eram 34 alojamentos divididos em duas fileiras com 17 unidades de cada lado. A rua entre os lados, conhecida por “The camp road” era o único local que os presos tinham para se encontrarem e trocarem informações, isso aconteciam quando eles estavam saindo para trabalhar e ou para dirigirem-se para o local da chamada.
Os dois primeiros alojamentos do lado esquerdo do campo foram utilizados para diversos propósitos ao longo dos anos; cantina, biblioteca, escritório, entre outros. Os alojamentos logo atrás destes eram destinados a dormitórios e comportavam 200 prisioneiros. Próximo ao fim da guerra, entretanto eles estavam superlotados abrigando até 2000 presos.
Alojamentos do lado direito do campo eram utilizados como enfermaria, blocos penais e quarentena para os presos recém-chegados.
Você também pode visitar a câmara de gás. Eu e meu marido não tivemos estomago para tanto.
Perto do fim
Durante os 12 anos da guerra mais de 200 mil pessoas foram presas em Dachau, sendo que 41.500 morreram. Só no ano de 1944, já no final da guerra, mais de 78.000 presos foram admitidos em Dachau. As condições de vida ainda pioraram.
Em abril de 1945, já perto do final da Segunda Guerra Mundial, o exército americano chegou a Dachau e libertou seus presos. Do lado de dentro do portão, eles encontraram os sobreviventes brutalizados, doentes e morrendo de fome. Muitos desses homens não tinham condições de irem embora e muitos não tinham para onde ir sendo necessário, antes de qualquer coisa, tratar e recuperar esses homens.
Em 1948 o governo da Baviera organizou no local uma área residencial para os refugiados da guerra. Por incrível que pareça foi com essa informação que mais me emocionei. Imaginar, mulheres e crianças tendo de morar no local onde os seus e outros tantos homens foram torturados e mortos é, para mim, o ponto alto da crueldade. Devido à escassez de locais para moradia, pois estava tudo destruído, compreendo que este tipo de medida seja aceitável em tempos assim. No entanto, é muito triste imaginar o dia a dia dessas pessoas e os fantasmas que elas tiveram que encarar para continuar.
Em 1955 ex-prisioneiros de Dachau se uniram e criaram uma organização internacional para transformar o campo em um Memorial dedicado a humanidade para que os horrores desta guerra nunca sejam esquecidos. O Memorial foi aberto em 1965.
Se você pretende visitar Dachau, tenha em mente que ao sair de lá você irá se sentir pesado, magoado, arrasado, verdadeiramente triste. Isso é o lado ruim e o lado bom da visita.